sábado, 2 de maio de 2009

Sobre um abismo.


A Escrituras Editora, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), publica Sobre um abismo, de António Barahona, organizado por Floriano Martins, com prólogo de Maria Estela Guedes e ilustrações de Konrad Zeller.

Esta antologia foi organizada a partir dos três volumes da Obra Poética do poeta: Noite do meu inverno (2001), Pássaro-Lyra (2002) e O sentido da vida é só cantar (2005), e inclui ainda, a pedido do autor, um poema dedicado a Mário Cesariny de Vasconcelos. Barahona revisou intensamente sua poesia e os volumes aqui referidos alteram a estrutura de seus livros, deslocando poemas de seus sítios originais, modificando-os, emendando-os, reescrevendo-os, além de incluir inéditos e dispersos.

António Barahona escreve como um profeta e será preciso dar-lhe atenção, pois desde sempre foi em meio à loucura que irrompeu a Palavra mais constitutiva. O fato de lhe negarmos razão não significa que elabore nas trevas, significa que ele está no outro da nossa rasa racionalidade. Fé não lhe falta e é sincera, mas a fé é uma agitação interior. Barahona ama tanto a Cristo como Muhammad Rashid amou a Allah, dois nomes para o mesmo Desconhecido. É para O encontrar que se senta aos pés de um padre ou de um imã-tala, e continuará, porventura, a sentar-se diante de outros mestres, de outras religiões, enquanto viver. O que fica para trás, quando se ergue, não é Deus, sim a religião. O que à frente avança, quando a religião desmorona-se, é a Poesia, lugar de assombro em que também é possível procurar Deus, e até encontra-Lo. É aqui a Pátria, é Deus aqui, aqui a Família Gramática.

Sobre o autor:
António Barahona nasceu em Lisboa, a 7 de janeiro de 1939. As suas obras exploram preferencialmente os domínios do sonho e do misticismo e revelam, normalmente, uma religiosidade explícita. A paixão pelo sânscrito levou-o ao Oriente para estudar esta língua. Em sua bibliografia há mais de 50 títulos publicados em mais de 40 anos de Literatura.

Sinopse

Esta antologia foi organizada a partir dos três volumes da Obra Poética do poeta: Noite do meu inverno (2001), Pássaro-Lyra (2002) e O sentido da vida é só cantar (2005), e inclui ainda, a pedido do autor, um poema dedicado a Mário Cesariny de Vasconcelos. Barahona revisou intensamente sua poesia e os volumes aqui referidos alteram a estrutura de seus livros, deslocando poemas de seus sítios originais, modificando-os, emendando-os, reescrevendo-os, além de incluir inéditos e dispersos.António Barahona escreve como um profeta e será preciso dar-lhe atenção, pois desde sempre foi em meio à loucura que irrompeu a Palavra mais constitutiva. O fato de lhe negarmos razão não significa que elabore nas trevas, significa que ele está no outro da nossa rasa racionalidade. Fé não lhe falta e é sincera, mas a fé é uma agitação interior. Barahona ama tanto a Cristo como Muhammad Rashid amou a Allah, dois nomes para o mesmo Desconhecido. É para O encontrar que se senta aos pés de um padre ou de um imã-tala, e continuará, porventura, a sentar-se diante de outros mestres, de outras religiões, enquanto viver. O que fica para trás, quando se ergue, não é Deus, sim a religião. O que à frente avança, quando a religião desmorona-se, é a Poesia, lugar de assombro em que também é possível procurar Deus, e até encontra-Lo. É aqui a Pátria, é Deus aqui, aqui a Família Gramática.

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