terça-feira, 30 de junho de 2009


O UNIVERSO/INTELECTO DE KONRAD ZELLER
OU:`O QUE SE MANIFESTA:
VISÃO DO QUE NÃO SE MANIFESTA.`*
Por: Deusdédit Ramos de Morais

São Paulo, 03 de Agosto de 2005

“A arte permanece como o único veículo capaz de expressar um aspecto da natureza do humano, em tempos qualitativos além do compasso da razão, propagando a idéia de que no humano há algo mais do que o mortal”.

Eddie Wolfrau

Enigma: palavra chave. O olho vazante despejando-se sobre o universo-invenção-intelecto de Konrad Zeller, este demiurgo criador de verdades e formas, artista meticuloso, intimista e de vôos alquímicos que transpôs todos os limites estabelecidos pelas consciências plantadas que costumam reproduzir-se em arte convencional, execivamente postas no real, porem travestidas de expansivas dos limites reais conforme as conveniências momentâneas de um sistema de coisas globais.

Prestidigitador? não! Konrad Zeller busca a cada nova realização falar-nos explicitamente da totalidade do humano, da imensidão mais que mar contida neste. O ser mais que cabeça, tronco e menbros.

Surrealista? sim! Na medida em que pede o surrealismo, sem as limitações formais impostas a escolas artísticas ou existenciais, trabalha única e exclusiva com a liberdade do ser, abraçando os desejos e os sonhos deste que são matérias lapidares de suas collages, caligramas ou desenhos que, deste modo, surpreendem-nos, espanta-nos e assoma-se ao olhar de mirada inicialmente indivizível.

A influência do corpo, o castelo que é o corpo, o homem que é o ar!

O problema da memória é o problema da arte?**Não em Konrad Zeller, pois em suas reslizações “ o jeito de olhar é o jeito/expressão do ser”, como queria Sérgio Lima em “O Corpo Significa” de 1976. Em Konrad Zeller fica-nos sempre evidente que ao olho do artista livre, atrelado a uma gama de referências que este artista permite-se usar, e que não se circunscrevam somente 'a lógica apreendida da mitilogia ocidental – leia-se greco-romana, nórdica e anglo-saxão-, mas que engloba toda experiência humana na terra, é sempre ícone qualitativo essencial em suas realizações, pois, como afirmou sabiamente Vicente Ferreira da Silva, “isoladamente nada existe: é coexistir”.Numa frase o entendimento despido de pernosticismo de um artista singular que vem fazendo por merecer um olhar mais atento, visto que parte da natureza e como esta, segundo Heráclito, ama
ocultar-se(...).

*Anaxagore
**Jorge Luis Borges

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